sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Viva a República

Podem tentar denegri-lo, acusá-lo de caótico, experimentalista, mas foi no dia 5 de Outubro de 1910 que se iniciou em Portugal um processo cívico e democrático único até então. A escolarização, a saúde publica, o associativismo e muitas outras ideias e ideais que se vieram a consolidar no decorrer do século XX, viram naquele dia a luz do dia. Viva a fraternidade, a igualdade e a liberdade. Viva à República.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O trabalho

Até acredito que a taxa de desemprego possa descer em Portugal, com o trabalho a ser desvalorizado de forma constante. Mas será esta a solução mais justa? A quem interessa o desequilíbrio do mercado de trabalho? E por favor não me venham com o embuste do empreendedorismo "à Miguel Gonçalves" ou com as insólitas noticias dos jovens que enriqueceram aos 25 anos. Falo da distribuição equitativa da riqueza e não de expedientes individuais. Agora mais do que nunca é preciso reforçar o capital político do trabalho de forma séria. 
Como fazê-lo? Obrigando o poder político a respeitar o trabalho e não usá-lo apenas para as suas estratégias egoístas de poder.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

De regresso ao passado

Dizem as estatísticas que a taxa de desemprego está a recuar. No tempo da escravatura, também não existiam escravos desempregados. Quem ganha apenas para comer, dormir, deslocar-se para o trabalho e procriar é em tese um escravo. Não admira que a taxa de desemprego baixe. E quando não pagarem mesmo nada a quem trabalha, a taxa de desemprego será zero!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Gestão de tempo e resistência ao stress

Recebi hoje o anuncio que uma associação patronal está a organizar um curso de "Gestão de tempo e resistência ao stress". É suposto existir stress durante a nossa atividade profissional ? Afirmam ainda que nos ensinarão "formas de enfrentar o stress de modo a percecioná-lo, não como uma ameaça, mas como uma oportunidade para o desenvolvimento."

Somos afinal "cavalos de corrida" e iremos trabalhar até aos sessenta e tal anos numa trincheira de combate ?




terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tendência



Esmagado pelo capital e pela (baixa) política que defende sobretudo privilégios para si e para os seus negócios, o TRABALHO VAI PERDENDO VALOR, dia após dia e, com ele, a classe média que vive do seu exercício. Até quando?

Havia um lugar na terra em que a seguir aos militares marchavam os trabalhadores. Podia ser propaganda. Mas em política, o que parece é.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

32ª aniversário do Teatro Passagem de Nível - Amadora

O Teatro Passagem de Nível fez 32 anos. O meu amigo e colega da mesa da Assembleia Geral do TPN, Domingos Galamba,  pediu-me para fazer um dos discursos. Nunca tinha escrito nenhum. Aqui fica para memória futura:

Exmos. Senhores (...)

Assim como o teatro se representa tradicionalmente por duas caras, uma triste, a do drama, e a outra alegre, a da comédia, também o Passagem de Nível, ao longo destes 32 anos, tem os seus sentimentos conflituantes.
Tem a saudade bonita de ter trazido a colaborar nos seus projetos um conjunto de personalidades que bastante nos honram, e passo a citar alguns deles, uns felizmente vivos e outros que fisicamente já não estão entre nós. Chamam-se ou chamaram-se Joaquim Benite (Encenador), Mário Viegas(Ator), Jaime Salazar Sampaio(Dramaturgo), Jorge Colombo (Cenógrafo), Fernando  Filipe (Cenógrafo), Carlos Correia (escritor) - só para referir ou lembrar algumas figuras que connosco trabalharam ou colaboraram, porque existem existem muitos mais que mereciam a honra de uma referência.

 Mas temos também a outra máscara, a da alegria, a alegria de termos  ajudado a subir ao palco muitas gerações de jovens como os casos mais relevantes de Mafalda Vilhena e Dinarte Branco   e outros menos jovens que entre as nossas paredes de ilusão puderam também sonhar, revelar-se e ao contrário do que se pensa, ter o privilégio de retirar as máscaras para subir ao palco ou ajudar os outros a subirem-no. Porque o teatro amador, não são só autores, atores e encenadores, mas um conjunto de pessoas que voluntariamente dão o seu tempo livre para esta causa nobre e que eu aproveito para saudar.

Ao longo destes anos, formou-se uma corrente entre gerações, sensibilidades e caminhos que se cruzam no palco, nos ensaios, no foyer, nas bilheteiras, nos espetáculos itinerantes. Tem sido esta, como sugere o nome do grupo, a nossa missão: estabelecer passagens entre duas margens, entre dois níveis de cidadania e humanismo, entre aquilo que cada um é e aquilo que porventura será no futuro. Não acredito que alguém tenha participado na nossa vida associativa através dos espetáculos, dos cursos de teatro, dos prémios literários ou dos festivais de teatro e não tenha saído mais humanamente mais rico do que entrou. Esse é o nosso orgulho. Esta será sempre a nossa  esperança.

Quanto ao futuro ? Não tenhamos medo dele. O teatro coabitou com muitas crises históricas, guerras e mil e uma revoluções tecnológicas e políticas. Contudo o teatro esteve, está e estará sempre por todo o lado. Da China ao Canadá, do teatro nacional à mais humilde sala do mais recôndito lugar da terra. Nesse futuro, o Passagem de Nível será um espaço para a refletir a história, para os autores de língua portuguesa e para a cidade da Amadora.
Mas também um espaço de procura, de inquietação e provocação aos mitos do senso comum, às verdades servidas já cozinhadas pelos media.


Assim permita a nossa humilde arte e esta força suave de quem acaba de fazer  32 anos.

As Ilhas Selvagens são património português

A descoberta oficial das Ilhas Selvagens é atribuída ao descobridor português Diogo Gomes em meados do século XV. No entanto, existem relatos que demonstram serem anteriormente conhecidas no Mundo.
Desde o século XVI, como território de privados, as Ilhas Selvagens foram mudando de posse por herança até que, em 1971, passam a estar sob a administração territorial da Região Autónoma da Madeira.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Os novos corpos sociais do Teatro Passagem de Nível tomaram posse

Tomaram ontem (24 de Março de 2013) posse os novos corpos sociais do TPN. Um evento familiar e sincero ao jeito do TPN. Pela primeira vez, a associação terá uma mulher, como presidente da direção, Fernanda Santos. Convidaram-me para secretário e aceitei. No discurso da tomada de posse, a presidente eleita leu um pequeno poema meu. Fiquei bastante lisonjeado. Desejo que seja um quadriénio cheio de muitos e bons projetos. "Muita merda" para nós!


quarta-feira, 20 de março de 2013

Conhecer para quê ?




O exercício do estudo e o  desenvolvimento conhecimento atual é vista de uma forma utilitarista  ou  mercantilista. 

Explico: Se alguém se propõe a estudar ou a desenvolver o conhecimento existente (investigação) de forma a garantir o bem estar coletivo num futuro próximo ou de prazos mais prolongados (visão utilitarista), parece-me razoável.

 Já não estou tão de acordo com a visão mercantilista do estudo, porque me parece esvaziada do seu vetor ético e social.

 A primeira intenção do  estudo deve ser o garante do repositório cultural herdado. Parece-me que é essa a primeira função dos estudos superiores: Garantir  a perpetuação do já existe e, caso possível, acrescentar-lhe algo. 

Se a prática desse estudo se enquadra, ou não, no espaço de mercado momentâneo, parece-me no mínimo discutível devido à superficialidade do atual sistema capitalista. 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Carta Aberta ao cronista do Expresso, Henrique Raposo, a propósito da sua crónica "Quinto Império entre maquises"

Boa tarde, Henrique Raposo


Li a sua crónica do Expresso e gostei. Declaro de antemão que vivo numa casa com marquise defronte do Quinto Império da Reboleira. Por esta razão, sou testemunha que a existir Quinto Império , e eu acho que ele existe, ele vive por estes meandros de subúrbio, onde Portugal se mistura com as pessoas de um mundo cujas origens remontam às paragens que outrora ligámos nesse processo conhecido como "Os Descobrimentos". 

Acredito numa tese lusitana para juntar as pessoas através da fraternidade e construir um imenso império da humanidade. Creio mesmo que o catolicismo, atacado por dentro e por fora, será uma via favorável para esse efeito. Não percebo porquê o medo de palavras como "velho" ou "pobre" ou "caridade". Não temos afinal de nos aceitar para aceitarmos o Outro ? Quando eu for velho quero que me chamem velho, quando eu for pobre quero que me chamem pobre e quero dar e receber, apenas porque gosto de mim assim.


O Quinto Império é o império do outro, do diferente. Não tenho a utopia do multicultarismo urbano, porque isso não seria honesto. Quero apenas dizer que, na medida do possivel, as pessoas devem poder viver na Amadora como vivem numa África Europeia. Sou favorável ao gueto cultural (possível), não ao gueto marginal. Não devemos impor, mas sim convencer, dar espaço, respeitar e provavelmente chegaremos a um consenso. Essa será a nossa força: A diplomacia do amor - esses coloridos afluentes que tantas vezes desaguam no grande rio da miscigenização.


Se quer apreciar, como eu aprecio, até chegar quase a uma ligeira comoção, desloque-se domingo ou sábado à noite ao Dolce Vita Tejo. A paisagem urbana daquele espaço é um salmo ao " Quinto Império das marquises". Ainda que aquele templo seja dedicado ao deus menor do consumo, prova-nos que havendo um deus e gente comungando uma crença fundamental, o quinto império pode ser mais do que uma utopia quinhentista.



Cumprimentos deste seu leitor. Leio-o sempre. Nem sempre concordo. Julgo que estas diferenças, devem-se a sermos de famílas políticas diferentes - com todas as diferenças que habitualmente as nossas opções políticas acarretam se forem tomadas em consciência com o nosso passado e com as nossas expetativas para o futuro. Mas esta crónica do "Quinto Império entre marquizes" foi na moche, caro Henrique, foi na moche.



sexta-feira, 1 de março de 2013

Eleições da Mútua dos Pescadores em 2013 - Partidas e chegadas




Iniciei a minha colaboração com a Mútua em 1990. Desde esse momento, percebi como era grande a afinidade da Mútua às gentes do mar. Esta ligação é sobretudo, no meu humilde entender, resultado da proximidade dos seus dirigentes às diversas comunidades piscatórias e marítimas - tão diversas e características, como o nosso pais. Esta é a força dos dirigentes da única cooperativa de utentes de seguros portuguesa: Conseguir tornar una e relevante, a diversidade cultural e social da economia do mar em Portugal.

Esta proximidade de alguns dirigentes, temos, eu e os meus colegas do Departamento de Informática e Comunicações, também sentido relativamente ao nosso trabalho diário na Mútua. Temos uma relação muito aberta e afável, que obviamente implica, como toda as relações livres, uma grande dose de responsabilidade de ambas as partes.

Para os dirigentes - com quem trabalhei com mais frequência e que deixam de exercer os seus cargos nesta instituição, em 2013 - fica-me a saudade e, sinceramente, um laço de amizade. Para os que chegarem no seguimento das próximas eleições, tenho uma expectativa muito positiva e a certeza, que saberão dar continuidade ao trabalho dos anteriores. Para além da responsabilidade de assegurar a direção desta nau que navega há 70 anos, eles serão, certamente, parte da semente da renovação, tão necessária na história dos Homens.